segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O SURGIMENTO DA TEORIA DAS VIAGENS E O CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS ACADEMIAS FRANCESAS

Um século antes do Século das Luzes (XVIII), a França já desfrutava de sua aurora. Fundou academias e testemunhou seus patrícios com a sede e a fome por conhecimento necessárias para o desabrochar científico, poucas vezes vistas na história do ser humano.

A Paris do início do século XVII se viu envolta numa cultura em busca do saber e de descobertas científicas, cujos protagonistas eram principalmente nobres e burgueses.

O saber escolástico estava em descrédito, cuja essência não mais cativava o pensamento da época. Várias mentes estavam abertas às novas teorias, às novas descobertas; já não se acreditava na versão bíblica sobre a criação do homem e do Universo.

Cada vez mais essas mentes desejavam destronar as crenças populares, as versões difundidas pelos religiosos. As teorias de Copérnico e de Galileu eram verdadeiras fontes de inspiração. Os franceses perceberam ter chegado a hora de exorcizar, em definitivo, o pensamento que havia sido instituído havia séculos.

Foi neste contexto que criaram a Academia Francesa de Letras e a Academia de Ciências da França. Outras teriam surgido. O principal objetivo era difundir o saber e proporcionar debates acerca dos temas que estavam em voga na época.

A academia seria um espaço propício aos confrontos de ideias correntes e controvertidas. Os franceses estavam certos de que temas divergentes deveriam ser colocados em pauta, cujo debate deveria ocorrer de forma livre.

Foi neste contexto, ainda, que os franceses teriam criado a teoria de que as viagens seriam ricas fontes do saber da diversidade humana. Ou seja: para ser erudito, tinha que viajar, conhecer o mundo, principalmente locais históricos.

Os dois séculos seguintes aderiram irrestritamente a este novo pensamento: Goethe e Darwin são dois nomes que representam bem a herança da teoria francesa sobre as viagens. A América do Sul passou a ser um dos centros da atenção dos novos adeptos, tanto que muitas excursões foram direcionadas ao nosso continente.

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2 comentários:

  1. Há quem afirme que uma pessoa que não viaje, se bem que a leitura é uma forma de viajar, através da internet fazem-se maiores viagens ainda, vê o mundo como alguém no fundo de um poço ver a abóbada celeste. E é verdade. Viajar permite o contato com novos ares, novas geografias, novas culturas, novas pessoas, aumenta a percepção da simultaneidade dos fenômenos do mundo. ABRE A VISÃO, AUMENTA O ENTENDIMENTO... No caso dos franceses e ingleses, grandes descobertas das ciências naturais, da antropologia, da sociologia e da geografia... devem a tais viagens. Até a teoria da relatividade de Einstein foi comprovada em Sobral. O que não dizer da Volta ao Mundo em 80 Dias. Os Estóicos se definiam como cidadãos do mundo. ROBÉRIO, PARABÉNS PELA POSTAGEM!

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  2. Concordo plenamente com você. Creio que suas palavras poderiam ser traduzidas assim também: ler e viajar nos permitem solidificar uma opinião ou abrir mão delas, em prol de uma melhor, ante as novas descobertas. Que o diga a bela fórmula de Hegel. Obrigado, suas participações e a do prof. Michel têm sido de grande proveito!

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