quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

JESUS NÃO NASCEU NO DIA 25 DE DEZEMBRO


Tradicionalmente é aceito que Jesus Cristo nasceu no dia 25 de dezembro, o que teria dado início às comemorações do Natal, cuja etimologia nos remete à palavra nascer. Historicamente falando, não é possível dizer qual o dia e o mês de nascimento desse personagem (alguns estudiosos dizem que ele nasceu em março; outros, em setembro), embora seja possível explicar a origem do Natal, que, por sinal, tem tudo a ver com uma tentativa da Igreja Católica de cristianizar o paganismo romano. Abaixo, os detalhes desse embuste.

A Igreja Católica Apostólica Romana nasceu, oficialmente, no século 4 d.C. Desde que o cristianismo surgiu (depois da morte de Jesus) o paganismo romano se viu fadado ao desaparecimento, principalmente a partir do século terceiro, mesmo sabendo que vários imperadores tentaram sufocar de vez o cristianismo e reerguer as crenças pagãs.

Havia, no Império Romano, por parte de muitos, a veneração ao Sol, então visto por muitos como um deus, como um elemento de valor espiritual.

No início do século 3, Heliogabalo, imperador de Roma, deu o título religioso de Deus Sol Invictus a um grupo de divindades romanas. Algumas décadas depois, através do imperador Aureliano (270 - 275), foi oficializado o culto ao Sol Invictus (sol invencível), que se tornou patrono de todo o Império, uma clara tentativa de reerguer o paganismo, que, naquele momento, vivia ameaçado pelo rápido aumento do cristianismo.

Ocorre que o dia 25 de dezembro foi a data escolhida para as comemorações do deus Sol, festa pagã que atraía a atenção dos não cristãos (e até dos cristãos, que se sentiam incomodados).

A transição do século 3 para o século 4 foi de grandes disputas entre cristianismo e paganismo. Diocleciano (284-305), imperador autoritário, empreendeu uma das maiores perseguições ao povo cristão de que se tem notícia. Fez questão de difundir ainda mais a festa do 25 de Dezembro, então uma comemoração pagã, como assinalamos acima.

Em 313, Constantino concedeu liberdade de culto em todo o Império. Em 325, Império e Igreja põem as alianças de noivado, cujo casamento vem ocorrer oficialmente em 381, com o Concílio de Constantinopla I.

Foi exatamente neste século que a Igreja Católica cria o Natal, e passa a afirmar que Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, a mesma data em que era comemorada a festa do Sol Invictus.

Em outras palavras, o 25 de Dezembro foi uma tentativa da Igreja de afogar a festa pagã ao deus Sol, numa época em que estava ocorrendo a cristianização do paganismo. Ou seja, o Natal surgiu de um desejo de vingança, de destronação do paganismo. O Natal, portanto, não é a data do nascimento de Jesus Cristo.

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domingo, 19 de dezembro de 2010

OS PRIMEIROS ANOS DA MEDICINA NO BRASIL

A primeira escola de medicina no Brasil foi criada em 1808, em Salvador (Bahia). A assinatura do ato se deu assim que D. João VI chegou de Portugal (vinha fugindo de Napoleão Bonaparte), em direção ao Rio de Janeiro. Embora criada no referido ano, somente sete anos depois é que passou de fato a funcionar. Em 1813, foi a vez do Rio de Janeiro ganhar a segunda escola de medicina do país.

No início do século 19 a Europa já revelava alguma preocupação em matéria de saúde pública, tanto que já praticava a vacinação coletiva.

No dia 6 de julho de 1829, o governo brasileiro apresentou à Câmara um projeto em que regulamentava o sistema de vacinação permanente em todo o Brasil. Abaixo, leiamos um trecho do projeto, cujo conteúdo é rico em informações históricas:

"A vital instituição vacínica veio da Europa para a Bahia em 1804, e passou dali no mesmo ano para esta Corte, aonde foi cuidadosamente conservada até que o alvará de 4 de abril de 1811 criando uma junta denominada de Instituição Vacínica, deu a este importante instituto forma regular; e pede a verdade que se confesse que tem resultado imenso benefício público dos seus trabalhos: quarenta e nove mil, quatrocentos e sessenta e um indivíduos vacinados, desde aquele ano até o fim de 1828 na casa de suas sessões, além de outros muitos em casas particulares."

Há registros de que, em São Paulo, já ocorrera vacinação no ano de 1805 (portanto 24 anos antes do projeto acima citado e, obviamente, antes do Brasil se tornar Império). Embora houvesse muitas mortes por epidemias, a população se mostrava relutante em relação à vacina. Confiava mais nas receitas caseiras, nos remédios caseiros, muitos dos quais eram ensinados pelos índios.

Havia inclusive médicos que optavam pela medicina popular. Um conhecido médico dos Estados Unidos publicou, em 1829, um livro defendendo o uso de medicamentos caseiros. Na referida obra sustentava que a criança deveria se alimentar de muito leite materno, usar roupas folgadas e limpas, comer pão, fazer muitos exercícios físicos e respirar ar puro. Dizia que a febre (doença mais comum no Brasil do início do século 19) "é somente um esforço da Natureza para se libertar de uma causa ofensiva".

Em 1826, José Bonifácio defendeu, em discurso feito na Câmara, que houvesse, "em cada capital das províncias, e nas vilas principais, um facultativo médico ou cirurgião pago pelos cofres das províncias quando as respectivas câmaras não tenham para isso, os quais serão obrigados a vacinar duas vezes por semana no palácio do governo, ou na sala da câmara a todos os indivíduos que se apresentarem em circunstâncias a serem vacinados...".

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O JÚLIO CÉSAR QUE NÃO É DESCRITO NOS LIVROS CONVENCIONAIS

O famoso general romano certa vez viajou ao sul da Espanha e encontrou, num templo de Hércules, uma estátua de Alexandre, o Grande e, diante do ídolo, chegou a lamentar e confessou que sentia fraqueza pelo fato de nada ter ainda feito algo de memorável, numa idade em que Alexandre já havia dominado parte do mundo.

Em seguida pediu autorização para, em Roma, realizar as maiores façanhas no menor tempo possível. Na véspera havia sonhado que estuprava sua mãe. Consultou os áugures (os romanos eram altamente supersticiosos), que o informaram de que ele seria o árbitro do mundo, de modo que sua mãe - no sonho -, nada mais seria do que a Terra. Saiu de lá muito esperançoso.

Em outra ocasião já vimos que os romanos associavam a virtude aos grandes feitos, daí a preocupação em deixar para a posteridade algo memorável.

Preocupado com a diminuição da população italiana, determinou, por lei, que nenhum cidadão entre 20 e 40 anos de idade deveria sair da Itália por mais de 3 anos seguidos.

Nos últimos anos de vida costumava desmaiar e tinha terríveis pesadelos.

Vaidoso, mantinha os cabelos sempre curtos e raspava a barba constantemente (somente deixu a barba crescer uma voz, em cumprimento a um voto de vingança). Embora calvo - o que o tornava sujeito ao escárnio -, adquiriu o vício de puxar para a testa os poucos cabelos que lhe restavam.

Durante as expedições sempre levava consigo pavimentos de mosaico para enfeitar o chão de sua tenda. Gostava de homens e de mulheres. Não media esforços para comprar escravos bonitos.

Quando morreu, seu sucessor, Augusto - que em matéria de superstição nada tinha a dever a Júlior César -, viu em um fenômeno natural a prova de que o velho César fora recebido no Céu: a passagem de um cometa que brilhou no Cosmo por algum tempo, cujo fenônemo chamou a atenção de muitos.

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MAIS DE SEIS MIL SOLDADOS FORAM EXECUTADOS PORQUE SE NEGARAM A MATAR CRISTÃOS

Os fatos narrados abaixo estão entre os mais notáveis nos anais da Igreja. Trata-se da execução de seis mil seiscentos e sessenta e seis (6.666) soldados romanos porque os mesmos se negaram a cumprir ordens do imperador para sacrificar cristãos da Gália.

O feito se deu no ano de 286 d.C., quando Maximiniano era imperador. Curiosamente toda a legião era constituída por cristãos. A Legião Tebana (porque haviam sido recrutados em Tebas) recebeu ordens do imperador para que se dirigisse à Gália, para enfim receber as últimas determinações.

Sem saber do que se tratava, a legião seguiu firmemente até o local combinado. Ao chegarem, foram informados de que tinham uma missão muito especial: sacrificar os cristãos daquele lugar. Como todos os soldados eram também cristãos, unanimente disseram um sonoro "não" às ordens imperiais.

Enfurecido, o imperador ordenou que dez por cento dos soldados fossem selecionados e mortos à espada. Assim aconteceu. O plano de Maximiniano era fazer com que os outros noventa por cento refizessem a decisão tomada. Mas não surtiu efeito, uma vez que todos se mantiveram firmes em seus propósitos.

Novamente enfurecido, o imperador ordenou que dez por centos dos restantes fossem dizimados da mesma forma. Missão cumprida: outra legião providenciou a matança dos soldados cristãos.

O segundo castigo não mudou a opinião dos soldados sobreviventes, de modo que eles continuaram firmes em seus ideais, mas a pedido de seus superiores imediatos juraram fidelidade ao imperador.

Sabendo de tal juramento, Maximiniano deduziu que agora a ordem seria cumprida, ou seja, que os soldados matariam os cristãos da Gália, mas o efeito foi o inverso. A fidelidade ao imperador não incluiu o cumprimento da ordem de matar os cristãos, o que deixou o dirigente romano irado.

Vendo que os soldados restantes não mudariam de opinião, o imperador ordenou a outra legião (a mesma que matou à espada os soldados cristãos) que dizimasse todos os soldados cristãos. A ordem foi dada no dia 22 de setembro de 286 d.C., uma data para entrar para a história do cristianismo.

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